Quem já entrou na do “encontro às escuras”? Eu, particularmente, detesto colocar meus sentimentos em risco.Pessoas que não se conhecem, mas que outras pessoas acham que deveriam se conhecer. Dá pra ver logo que um encontro arranjado é uma fria.Tem aquela amiga que não se contenta em te ver sozinha e sempre acha que conhece um homem certo para você. É preciso ser muito forte para agüentar as consequências, sabe? Um encontro desses pode te levar para o céu ou para as profundezas do inferno. Estou falando isso porque a coisa escureceu pro lado de uma amiga de uma amiga minha, que carente topou um encontro desses, mas com uma condição: que ela, minha amiga,que arrumou tudo, fosse junto. Se visse que a coisa iria dar certo, arrumasse o mais rápido possível uma desculpa para sair de perto, mas se desse errado, ela arrumaria uma desculpa e sairia correndo. Ok, combinado. O encontro foi marcado num bar de jazz, localizado na Coroa do Meio.Minha amiga e a amiga da minha amiga chegaram cedo, 21h, já que encontro estava marcado para as 22h. Uma hora bebendo uns goles iria ajudar no clima. Deu 22h, 23h, meia-noite e nada. A minha amiga já estava morta de vergonha e tinha enchido a cara pois não sabia o que fazer mais. Mas a amiga dela, a tal do encontro, era descolada. Meia noite, ela falou: “acho que ele me deu um bolo, e isso não é um bom começo”. Elas se divertiam, de qualquer maneira, e resolveram ficar por ali um tempinho mais. Quando estavam saindo, quase às 2h, já no estacionamento do local, minha amiga falou: “olha ele chegando”. As duas caminharam ao seu encontro, quando viram a outra porta abrindo e uma garota descendo do carro. Ninguém acreditou. Todos mortos, sem saber o que fazer. Ele falou: “pensei que não estivessem mais aqui”. Se ele quis melhorar a situação, só piorou. Para complicar mais ainda, convidou-as para voltar ao bar, mas não aceitaram. A cara de pau do rapaz foi conversa para um dia inteiro entre as amigas. Na fim da tarde, Sonia, essa amiga de minha amiga recebeu um telefonema do tal. Gentil se desculpava pelo acontecido e a convidou para jantar. Ela, esperta que só , pensou que não poderia deixar jamais essa oportunidade de se vingar daquele babaca. Marcou para a sexta( a noite fatídica tinha sido na quarta). Sônia, inspirada, comprou novas sandálias, lingeries de arrasar, um vestido estilo lady like, bem feminino- precisava usar todas as suas armas para acabar com ele . Já no restaurante, o cara de pau disse que sentia muito pelo acontecido e que a figura que estava com ele apareceu na última hora e blábláblá blábláblá. Sonia, fina, falou que ele não precisava explicar nada. Conversaram um bocado, “e não é que a figura era até interessante?!”, mas o que ele fez era imperdoável. O rapaz, coitado, tentava ao máximo ser um gentleman para se redimir daquela noite, ela uma lady. Depois do jantar quando ele a levava para a casa, ela falou: como assim, você vai me levar pra casa e só? O cara se assustou. “E você quer fazer mais o que?”, ele disse. Ela respondeu no ato:” transar com você , estou morrendo de vontade de transar”. O cara ficou sem graça, não sabia o que fazer, pois esperava tudo, menos aquilo."Você quer ir para minha casa?"Ele disse. Ela: "não pode fazer muito barulho, gosto de ficar mais livre, vamos para um motel". O cara, que já tinha bebido pra caramba, começou a ficar nervoso. ”Sabe como é, esses caras metidos a “fodão”, em situações assim viram uns brochas”, essa era a teoria de Sônia e na prática não deu outra. Sônia não teve pena. Naquela noite mostrou a sua decepção de maneira cruel”. Não há nada pior para um homem que ver a cara de uma mulher decepcionada com sua performance, e Sônia não fez um pingo de questão de disfarçar, pelo contrário. Depois desse dia, ele tentou marcar muitos encontros,ela negava. A última vez que ele ligou ela disse que não queria ser grossa, mas tinha que falar a verdade: não saía com brochas. O cara acho que até hoje carrega esse trauma. Sônia, a sua vitória. Mas encontro às escuras, nunca mais.
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