sexta-feira, 8 de julho de 2011

Bishop,novo livro e estilo

Não posso deixar de falar da FLIP sem mais uma dica, última, antes que continue comentando sobre o evento até o próximo ano, um exercício que poderia até fazer para ter certeza que estarei lá. Bom, quem também está na Festa é o escritor e jornalista americano Michael Sledge que lança seu primeiro romance The more I owe you, sobre a poetisa americana Elizabeth Bishop, sua vida no Brasil e de seu relacionamento com a arquiteta Lota de Macedo Soares. Bishop era uma MULHER DRAMA, viveu em Ouro Preto nos anos 1960 e 1970. Na Casa Vogue de junho, teve uma matéria bem interessante mostrando sua casa, conhecida como Casa Mariana, uma homenagem a sua amiga, a escritora Marianne Moore, que por sinal adoro. Como literatura é estilo, trago aqui um pouco da casa, que até hoje preserva objetos e móveis da escritora. Bishop morreu em Boston, em 1979, quando ainda era proprietária da Casa Mariana. A residência foi construída no início de 1700, e soube que foi colocada recentemente à venda pela Sotheby’s por R$ 3,8 milhões. Essas fotos são reprodução da Casa Vogue por Ruy Teixeira. Vale ver mais no casavogue.globo.com
A casa fica em Ouro Preto, construída no período do Ouro e Diamante em Minas


Bishop adorava o lugar, receber amigos e cozinhar



Olha que quarto simples e lindo
 


Ela escrevia aqui, muito ainda preservado
 


Isso que é estilo, manter a arquitetura e o estilo de época
 

Uma Arte
A arte de perder não é nenhum mistério
tantas coisas contém em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouco a cada dia. Aceite austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subseqüente
da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. Um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
Mesmo perder você ( a voz, o ar etéreo, que eu amo)
não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser um mistério
por muito que pareça (escreve) muito sério.
(Elizabeth Bishop; tradução de Paulo Henriques Brito)

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