sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um pedacinho de mim no São João de Sergipe

Meu filho Nahum, feliz da vida com a caixa de traques

Dos meus irmãos por parte de mãe, só eu que nasci em Aracaju. Todos são de Estância, lá também foi cenário para o encontro do meu pai e minha mãe e onde a história da família começou. Por esses motivos, mesmo nascendo na capital,  Estância sempre esteve presente na minha vida, em algumas férias na infância e adolescência, recordações bem gostosas. Quando estávamos todos grandinhos, entenda, prontos para uma boa farra, Estância era o nosso lugar preferido para passar o São João.Mudávamos pra lá com cachorro(que detestava) e papagaio. Minha mãe, desde pequena  sempre gostou muito da época junina, mas diferente das mocinhas, não estava pensando nos bailes, e sim nas guerras de busca-pés, que ela participou durantes muitos anos e algumas vezes até grávida, acreditam? Meu pai mais observava, não era como ela. Eu sempre morri de medo, puxei mais ao meu pai. Naquela época que íamos à Estância, tinha que desafiar meu medo para ir correndo para os clubes da cidade, nos bailes maravilhosos com trios pé de serra.  Não gostava das guerras, mas não perdia um Barco de fogo, que espetáculo!!!
O tempo passou, crescemos e com filhos, ficava tudo mais complicado para cumprir o ritual, mas meu pai logo inventou outro. Todos os anos ele comprava fogos para todos os netos, muitos mesmo, dividia em saquinhos para cada dia. As crianças ficavam responsáveis pela decoração, recortando bandeirinhas em folhas de revistas  e jornais velhos, enchiam a garagem e rua da casa dos meus pais. Acendíamos a fogueira e todos passavam a noite soltando fogos ao som de Luiz Gonzaga e Flávio José, vestidos a caráter. Era época que não tinha hora pra dormir e eles adoravam isso. Cada ano que passava, dependendo da idade, o saquinho continha fogos mais difíceis de soltar. Então, a empolgação das crianças era ficarem mais velhas a cada ano para chegar a hora de soltar o primeiro "pitu".
Depois que meu pai faleceu, meu irmão continuou a tradição. São poucas crianças agora, mas com a chegada do bisneto Isaac, não vamos deixar a fogueira apagar, nunca.Ano que vem, quando completa 18 anos, Nahum irá soltar o primeiro busca-pé. 
Nahum e o pai, comemorando o primeiro  São João

Com as primas Camila e Natália no forróbodó

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